O Divórcio
Você também acredita que a proibição do divórcio é um preconceito que uma Igreja caduca quer impôr aos fiéis? Não, não é a Igreja que é contra o divórcio. A Igreja apenas é coerente, firme e fiel com a sua missão evangelizadora que Jesus a vocacionou. Na verdade, quem é contra o divórcio é Jesus Cristo que disse:
"Todo aquele que repudiar a sua mulher e desposar outra, comete adultério contra a primeira. E, se essa repudiar o seu marido e desposar outro, cometerá adultério." (Mc 10,11)
"Todo aquele que repudiar a sua mulher e desposar outra, comete adultério. E, quem desposar uma repudiada por seu marido, cometerá adultério." (Lc 16,18)
"Todo aquele que rejeita sua mulher, exceto em caso de "pornéia", e esposa uma outra, comete adultério. E aquele que esposa uma mulher rejeitada, comete também adultério." (Mt 19,9)
"Todo aquele que repudia sua mulher, exceto por motivo de "pornéia", faz que ela adultere. E aquele que se casa com a repudiada, comete adultério." (Mt 5,32)
E quem também é contra o divórcio, é todo o NT que insiste:
"Aos casados mando, não eu mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido. Se, porém, se separar, que fique sem se casar, ou que se reconcilie com seu marido. Igualmente, o marido não repudie sua mulher." (1Cor 7,10-11)
"A mulher casada está ligada ao marido enquanto ele vive; se o marido vier a falecer, ela ficará livre da lei do marido. Por isso, estando vivo o marido, ela será chamada adúltera, se for viver com outro homem. Se, porém, o marido morrer, ela ficará livre da lei, de modo que, passando a ser de outro homem, não será adúltera." (Rm 7,2s)
Como se vê, não se admite exceção para novas núpcias nem mesmo em favor da parte repudiada, que pode ser vítima inocente. As razões pessoais, subjetivas e sentimentais não vêm ao caso. Trata-se de impossibilidade objetiva, independente de culpa ou não culpa dos contraentes. O matrimônio, por sua índole mesma, é indissolúvel. Jesus mesmo diz:
"O que Deus uniu, o homem não o deve separar." (Mt 19,6)
Portanto, se você é a favor do divórcio, não critique a Igreja. Antes de mais nada, critique Jesus, critique a Bíblia, critique Deus por ter proibido o divórcio. A Igreja apenas evangeliza conforme o ensinamento de Jesus. Por isso, quem abandona seu conjugue e vive com outra pessoa como marido e mulher, vive em pecado grave pois desobedecem a própria ordem dada por Jesus, escrito na Bíblia. Por isso, não podem comungar, pois vivem em pecado.
Mas Jesus não disse que havia excessão, no caso de "pornéia"? Sim. Mas o que é "pornéia" (termo grego)? Há quem o traduza por "adultério". Assim, estaria dissolvido o casamento desde que uma das duas partes incorresse em adultério. É assim que pensam e ensinam as comunidades cristãs ortodoxas orientais e a maioria das denominações protestantes. Todavia observe-se que fornicação ou adultério suporia, em grego, "moichéia" e não "pornéia".
Porém, não é assim que a Igreja Católica entende esta passagem. Veja como Dom Estevão Bettencourt explica a excessão aberta por Jesus, ou seja, a "pornéia":
"A cláusula de Mt 5,32 e 19,9 ("a não ser em caso de PORNÉIA") se traduzida por "a não ser em caso de adultério", reconhece um caso de separação legítima, mas não de segundas núpcias, pois logo acrescenta que quem se casar com a repudiada cometerá adultério. Muito provavelmente, porém, os textos de Mt 5,32 e 19,9 traduziram por "pornéia" (em grego) o termo aramaico "zenut", que significa união incestuosa. No caso, compreende-se que a separação seja não somente tolerável, mas desejável. O evangelista teria se referido a "zenut", pois este termo significa a união ilegítima por motivo de parentesco proibido pela Lei de Moisés (cf. Lv 18,1-24)."
Portanto, a Igreja entende a excessão "pornéia" como tradução do aramaico "zenut", ou seja, uniões ilícitas. Esta interpretação é coerente com At 5,20.29; 21,25, onde o termo "pornéia" volta a aparecer quando os apóstolos determinam aos pagãos que respeitem apenas 4 costumes judeus, sendo um deles que se abstivessem das uniões incestuosas (abstivessem da "pornéia"). Ora, uma vez convertidos, os fiéis pagãos com suas uniões incestuosas deviam escandalizar os judeus-cristãos, acostumados as leis de Moisés. Daí a ordem dos apóstolos para que os pagãos respeitassem alguns costumes judaicos, tal como abster-se de uniões incestuosas.
Observe que em At 5,20.29; 21,25, o termo "pornéia" significa, certamente, "união incestuosa" e não "adultério", pois não haveria necessidade dos apóstolos se reunirem para ordenar que os pagãos evitassem o adultério, pois isto era óbvio. Porém, quanto às uniões incestuosas dos pagãos, a solução não era tão óbvia, fazendo-se necessário a convocação do Concílio de Jerusalém para determinar sobre este assunto e demais questões controversas. A questão das uniões envolvendo pagãos era tão delicada, que Paulo em 1Cor 7 vai tratar das uniões de cristão com pagão, afirmando que não tem mandamento do Senhor sobre o assunto.
Portanto, no caso de "pornéia", não houve matrimônio ou a cerimônia matrimonial não era válida. Tal pessoa pode viver novas núpcias porque jamais teve um matrimônio válido, simplesmente coabitou ilicitamente com um(a) companheiro(a).
Veja os casos atuais de cerimônias matrimoniais inválidas na matéria: Quando o Matrimônio é Nulo?
Dirá o irmão: "Então quer dizer que o casamento é indissolúvel? Mas, na prática, isso é quase impossível para muitos casais! Quem poderá suportar este fardo?" Querido irmão, esta sua aflição não é apenas sua. É também de todos, porque humanamente parece impossível vivenciá-la. Esta foi também a aflição dos discípulos, veja o que disseram pra Jesus:
"Se tal é a condição do homem a respeito da mulher, é melhor não se casar." (Mt 19,10)
Jesus responde, no entanto, que nem todos conseguem viver no celibato. Na sequência, Jesus propõe outras orientações rígidas que parecem impossíveis de serem vividas, tal como a indissolubilidade do matrimônio. Perplexos, eles voltam a insistir com Jesus: "Mestre, quem poderá então salvar-se?" (Mt 19,25). E Jesus lhe respondeu:
"Aos homens isto é impossível, mas para Deus tudo é possível." (Mt 19,26)
Portanto, irmão, não se aflija por não conseguir compreender. Nem se preocupe em dar uma resposta a quem lhe perguntar: "Como pode ser possível uma relação matrimonial indissolúvel?", porque nem mesmo Jesus a deu quando questionado. Ao contrário, Jesus reconheceu que aos homens isto é impossível, mas não para Deus. Depois de olhar os casais que completam bodas de prata, bodas de ouro e morreram idosos tendo 1 único cônjugue ao longo de toda sua vida, apenas aceite que esta é a ordem de Jesus e acredite que "para Deus nada é impossível".
Antes de terminar, uma sugestão àqueles que atualmente estão divorciados vivendo com estabilidade numa segunda família e, por isso, não podem comungar o Corpo e Sangue de Nosso Senhor por estarem em pecado mortal.
É extremamente complicado para uma pessoa renunciar a sua segunda (ou terceira, quarta, ...) união, pois há toda uma estrutura estável já montada (filhos, finanças, relações familiares, etc.) para que possa voltar a ter plena comunhão com a Igreja.
O que fazer neste caso? Não há solução simples. Qualquer decisão tomada (renunciar à comunhão com a Igreja ou renunciar à união ilícita), trará consequências traumáticas. Porém, há um caminho bem menos traumático, embora continue a exigir um duro sacrifício pelo erro cometido no passado. Entre 2 extremos que beiram o impossível, ou seja, optar entre abandonar toda a estável estrutura familiar atual ou abandonar a comunhão com a Igreja e com o Corpo de Cristo, sabendo nós que "quem não comer da Minha Carne e não beber do Meu Sangue não tem a Vida Eterna" (Jo 6,53), entre estas 2 opções, há um caminho difícil, porém, que nos permite não abandonar toda a atual estrutura familiar nem a comunhão com Deus e com a Igreja.
Este caminho, difícil mas não impossível, é o casal de união ilícita conviver debaixo do mesmo teto, mantendo toda a estrutura familiar, mas numa relação semelhante a de irmãos, vivendo no celibato. Por mais difícil que possa ser viver o celibato (ainda mais nesta situação), o casal pode encará-lo como uma justa penitência pelos erros cometidos no passado, e também como participação no sacrifício de Cristo que sofreu pelos pecados da humanidade.
Lembre-se também dos mártires, que para manter a comunhão com Deus e com a Igreja sofreram mortes violentas, jogados aos leões, fervidos em óleo, enforcados, jogados ao mar, queimados na fogueira, enfim, sofreram as mais absurdas dores, quando bastaria que negassem o senhorio de Jesus para se livrarem da morte e dos cruéis sacrifícios. Se eles, inocentes, optaram por destino tão cruel para não perderem a comunhão com Deus e com a Igreja, porque nós, nem tão inocentes quanto eles, não conseguiremos viver o sacrifício do celibato para voltarmos a comunhão com Deus e com a Igreja? Os mártires optaram pelo sacrifício sem terem culpa alguma, muito pelo contrário. Mas os divorciados recasados fariam tal sacrifício para corrigir o seu próprio erro cometido no passado.
Além do mais, Jesus e Paulo insistem no valor do celibato como meio de crescimento na vida espiritual. Desta forma, tal sacrifício terá, em compensação, esta grande vantagem. É uma opção para quem deseja manter a estável estrutura familiar na qual encontra-se inserido e reconquistar a comunhão com Deus e com a Igreja.
Se você, porém, for a favor do divórcio, saiba que você não está se opondo a Igreja, mas sim, está contradizendo e se opondo a Jesus Cristo e à Bíblia.
Dirá o irmão: "Então quer dizer que o casamento é indissolúvel? Mas, na prática, isso é quase impossível para muitos casais! Quem poderá suportar este fardo?" Querido irmão, esta sua aflição não é apenas sua. É também de todos, porque humanamente parece impossível vivenciá-la. Esta foi também a aflição dos discípulos, veja o que disseram pra Jesus:
"Se tal é a condição do homem a respeito da mulher, é melhor não se casar." (Mt 19,10)
Jesus responde, no entanto, que nem todos conseguem viver no celibato. Na sequência, Jesus propõe outras orientações rígidas que parecem impossíveis de serem vividas, tal como a indissolubilidade do matrimônio. Perplexos, eles voltam a insistir com Jesus: "Mestre, quem poderá então salvar-se?" (Mt 19,25). E Jesus lhe respondeu:
"Aos homens isto é impossível, mas para Deus tudo é possível." (Mt 19,26)
Portanto, irmão, não se aflija por não conseguir compreender. Nem se preocupe em dar uma resposta a quem lhe perguntar: "Como pode ser possível uma relação matrimonial indissolúvel?", porque nem mesmo Jesus a deu quando questionado. Ao contrário, Jesus reconheceu que aos homens isto é impossível, mas não para Deus. Depois de olhar os casais que completam bodas de prata, bodas de ouro e morreram idosos tendo 1 único cônjugue ao longo de toda sua vida, apenas aceite que esta é a ordem de Jesus e acredite que "para Deus nada é impossível".
Antes de terminar, uma sugestão àqueles que atualmente estão divorciados vivendo com estabilidade numa segunda família e, por isso, não podem comungar o Corpo e Sangue de Nosso Senhor por estarem em pecado mortal.
É extremamente complicado para uma pessoa renunciar a sua segunda (ou terceira, quarta, ...) união, pois há toda uma estrutura estável já montada (filhos, finanças, relações familiares, etc.) para que possa voltar a ter plena comunhão com a Igreja.
O que fazer neste caso? Não há solução simples. Qualquer decisão tomada (renunciar à comunhão com a Igreja ou renunciar à união ilícita), trará consequências traumáticas. Porém, há um caminho bem menos traumático, embora continue a exigir um duro sacrifício pelo erro cometido no passado. Entre 2 extremos que beiram o impossível, ou seja, optar entre abandonar toda a estável estrutura familiar atual ou abandonar a comunhão com a Igreja e com o Corpo de Cristo, sabendo nós que "quem não comer da Minha Carne e não beber do Meu Sangue não tem a Vida Eterna" (Jo 6,53), entre estas 2 opções, há um caminho difícil, porém, que nos permite não abandonar toda a atual estrutura familiar nem a comunhão com Deus e com a Igreja.
Este caminho, difícil mas não impossível, é o casal de união ilícita conviver debaixo do mesmo teto, mantendo toda a estrutura familiar, mas numa relação semelhante a de irmãos, vivendo no celibato. Por mais difícil que possa ser viver o celibato (ainda mais nesta situação), o casal pode encará-lo como uma justa penitência pelos erros cometidos no passado, e também como participação no sacrifício de Cristo que sofreu pelos pecados da humanidade.
Lembre-se também dos mártires, que para manter a comunhão com Deus e com a Igreja sofreram mortes violentas, jogados aos leões, fervidos em óleo, enforcados, jogados ao mar, queimados na fogueira, enfim, sofreram as mais absurdas dores, quando bastaria que negassem o senhorio de Jesus para se livrarem da morte e dos cruéis sacrifícios. Se eles, inocentes, optaram por destino tão cruel para não perderem a comunhão com Deus e com a Igreja, porque nós, nem tão inocentes quanto eles, não conseguiremos viver o sacrifício do celibato para voltarmos a comunhão com Deus e com a Igreja? Os mártires optaram pelo sacrifício sem terem culpa alguma, muito pelo contrário. Mas os divorciados recasados fariam tal sacrifício para corrigir o seu próprio erro cometido no passado.
Além do mais, Jesus e Paulo insistem no valor do celibato como meio de crescimento na vida espiritual. Desta forma, tal sacrifício terá, em compensação, esta grande vantagem. É uma opção para quem deseja manter a estável estrutura familiar na qual encontra-se inserido e reconquistar a comunhão com Deus e com a Igreja.
Se você, porém, for a favor do divórcio, saiba que você não está se opondo a Igreja, mas sim, está contradizendo e se opondo a Jesus Cristo e à Bíblia.
Claudio Augusto
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