A
IMPORTÂNCIA LITÚRGICA DO TEMPO COMUM
(1º
Texto)
Retomamos o Tempo
Comum (TC) após termos celebrado o período pascal: Tríduo e Tempo Pascal,
preparado pela Quaresma. No desenvolvimento do Ano Litúrgico, o Tempo Comum
encerra uma grande riqueza espiritual e
e pedagógica pelo fato de nos conduzir nos caminhos de Deus. O TC tem
características próprias ao longo das trinta e três ou trinta e quatro
semanas. Não se celebram aspectos
especiais do mistério pascal de Cristo, mas o mistério é visto e contemplado em
sua globalidade, particularmente, nos
domingos[1]
.
“O Tempo Comum é um tempo importante, tão
importante que, sem ele, a celebração do mistério de Cristo e sua progressiva
assimilação pelos cristãos seriam reduzidos a episódios isolados, ao invés de
impregnar toda a existência dos fiéis e das comunidades. Somente quando se
compreender que o Tempo Comum é um tempo indispensável, que desenvolve o
mistério pascal de modo progressivo e profundo, pode-se dizer que se sabe o que
seja o ano litúrgico. Dar atenção unicamente aos “tempos fortes” significa
esquecer que o ano litúrgico consiste na celebração, com sagrada lembrança no curso
de um ano, de todo o mistério de Cristo e da obra da salvação”[2]
O TC é
um tempo privilegiado em que a comunidade aprofunda o mistério pascal, assimila
e interioriza a Palavra de Deus no contexto da história e cultiva o compromisso
batismal, lembrado e celebrado na
vigília pascal. E nesta perspectiva deve ser lembrado e cultivado o domingo
como páscoa semanal, dia da assembléia e dia da eucaristia[3].
No TC,
fazemos a leitura contínua da Sagrada Escritura pela qual revivemos, nos
diversos domingos, os inesgotáveis aspectos do Mistério pascal de Cristo. Esses domingos recebem sua força ou sua
espiritualidade de duas fontes: dos tempos fortes e dos próprios domingos.
Assim, o Tempo Comum é vivido como prolongamento do respectivo tempo forte[4]. Nesta primeira
parte do TC, partimos da vida que nasceu no Natal, se manifestou na Epifania e,
para produzir frutos, necessita da ação do Espírito Santo que age no Batismo de
Jesus. Batizados com o Espírito Santo, como Igreja, produzimos bons frutos.
No Ano
A, fazemos na liturgia a proclamação do
evangelho de Mateus onde aparece a centralidade do Reino de Deus. O evangelista
apresenta Jesus como o Mestre da Justiça. Jesus inicia dizendo ao ser batizado
por João Batista: Por enquanto deixe como está! Porque devemos cumprir toda
justiça(cf. Mt 3,15). No contexto das bem-aventuranças, Jesus vai exigir dos
seus seguidores uma prática da justiça superior a burocrática e formal das
lideranças judaicas. Se a justiça de vocês não superar a dos doutores da Lei e dos fariseus, vocês no entrarão no
Reino do Céu (cf. Mt 5,20).
Exigirá
para essa justiça prioridade absoluta: Em primeiro lugar busquem o Reino de
Deus e a sua justiça, e Deus dará a vocês, em acréscimo, todas essas coisas (cf
Mt 6,33).
O
Evangelho de Mateus sugere um discipulado comprometido com a justiça que faz o
Reino de Deus acontecer.
Para Conversar
1. Em que
consiste a importância do Tempo Comum na liturgia?
2. Qual é a
relação do Tempo Comum com os outros tempos fortes do Ano Litúrgico?
3. O que
caracteriza o Tempo Comum do Ano A?
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