Neste momento de preparação para a Jornada Mundial da Juventude, os jovens estrangeiros poderão deixar sua contribuição na igreja local para o processo evangelizador da juventude, além de participarem de toda a programação preparada pela diocese em que está peregrinando. Porém, a Semana acontece em todas as dioceses, independentemente se terão presenças de peregrinos do exterior ou não. É um tempo em que os jovens viverão a “missão permanente”anunciada na V Conferência do Episcopado Latino-Americano e Caribenho.
A Semana Missionária tem uma programação que varia de diocese para diocese e integra atividades culturais, visitas históricas e momentos de festa, bem como tempos de oração e celebração nos santuários e locais de peregrinação que formam parte da identidade religiosa local. É claro que em cada diocese a Semana Missionária será vivida de uma maneira diferente, rica e multicultural. Os objetivos da Semana Missionária são muito parecidos com os da JMJ: primeiro um encontro pessoal com Cristo, que muda a vida e enche-a de alegria, especialmente nos sacramentos da eucaristia e da reconciliação. Uma rica experiência vital da universalidade da Igreja Católica como comunhão e da paternidade espiritual do papa. Um grande redescobrimento da vocação batismal à santidade, chamando os jovens peregrinos a serem membros ativos da Igreja, responsáveis pela nova evangelização do mundo contemporâneo. De acordo com esses objetivos, a programação de atividades integra distintos tipos de eventos. Em primeiro lugar e principal: a oração. Que os jovens tenham a oportunidade de participar da eucaristia e de dedicar tempo à oração pessoal; a solidariedade: que pratiquem sua generosidade e sua responsabilidade social, dedicando algumas horas a ajudar em algum trabalho da Igreja com os necessitados, ou a contribuir com a solução de algum problema social, de acordo com as autoridades locais; a cultura: que conheçam as raízes cristãs de tantas manifestações da cultura ("a fé feita cultura", nas palavras de João Paulo II), e que produzam em seu conhecimento da fé, através de tantas manifestações das artes cristãs: ver como as gerações precedentes de cristãos evangelizaram pela arte. Aqui mesmo, no Rio de Janeiro, nesta semana, inauguramos a bela mostra no museu nacional de Belas Artes – A Herança do Sagrado.
Aproveitemos a Semana Missionária para reafirmar o nosso compromisso com a transmissão da fé católica a todos. O papa Francisco, na sua primeira encíclica, diz que "...a fé tem necessidade de um âmbito onde se possa testemunhar e comunicar, e que o mesmo seja adequado e proporcionado ao que se comunica" (LF, 40). Testemunhemos, pela acolhida dos jovens peregrinos, a nossa fé e não tenhamos medo de abrir nossos corações para sermos anunciadores do Redentor! Será uma bela revolução para nossa mentalidade de “medo do outro”essa abertura ao peregrino, acolhendo-o como membro de nossa própria família.
Como Igreja viva, o povo de Deus se identifica com o projeto da Semana Missionária e acolhe de braços abertos os peregrinos do mundo inteiro que se propuserem conhecer uma Igreja com desafios e grandes alegrias. Sejam bem-vindos!
* Dom Orarani João Tempesta é arcebispo do Rio de Janeiro.
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