Em Maria, que visita a sua prima Isabel, Deus – na pessoa de Jesus, Seu Filho – visita o seu povo. Em Maria, Deus anuncia a alegria e serve discretamente a humanidade inteira: “Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para salvar muita gente”.
Maria é a portadora da fonte da alegria e cada cristão é também convidado a sê-lo.
“A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador”.. Com estas palavras Maria reconhece, em primeiro lugar, os dons singulares que lhe foram concedidos e enumera, depois, os benefícios universais com que Deus favorece continuamente o gênero humano.
Não fique ingrato! Glorifica o Senhor a alma daquele que consagra todos os sentimentos da sua vida interior ao louvor e ao serviço de Deus e, pela observância dos mandamentos, mostra que está a pensar sempre no poder da majestade divina.
Exulta em Deus, seu Salvador, o espírito daquele que se alegra apenas em meditar no seu Criador, de quem espera a Salvação eterna.
“Porque fez em mim grandes coisas o Todo-poderoso, e santo é o seu nome”. Maria nada atribui aos seus méritos, mas reconhece toda a sua grandeza como dom d’Aquele que, sendo por essência poderoso e grande, costuma transformar os seus fiéis – pequenos e fracos – em fortes e grandes.
Logo acrescentou: “E santo é o seu nome”, para fazer notar aos que a ouviam – e mesmo para ensinar a quantos viessem a conhecer as suas palavras – que, pela fé em Deus e pela invocação do Seu nome, também eles poderiam participar da santidade divina e da verdadeira Salvação, segundo a palavra do Profeta: “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”. É precisamente o nome a que Maria se refere ao dizer: “E o meu espírito exulta em Deus, meu Salvador”.
Enquanto a Igreja aguarda a jubilosa esperança da vida eterna, ela introduz na sua liturgia o costume, belo e salutar, de cantar este hino de Maria na salmodia vespertina, para que o espírito dos fiéis, ao recordar assiduamente o mistério da Encarnação do Senhor, se entregue com generosidade ao serviço divino e, lembrando-se constantemente dos exemplos da Mãe de Deus, se confirme na verdadeira santidade.
Como Maria, que da nossa boca brotem apenas palavras de gratidão que traduzem o sentir mais profundo do nosso coração: “A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador”.
Padre Bantu Mendonça
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